Inauguração de Brasília
20 de abril de 1960. 17h de uma tarde magnífica. Começa o programa oficial de mudança da capital do Brasil, com a chegada do presidente Kubitschek de Oliveira. A primeira solenidade realiza-se no Palácio do Planalto, ainda cheirando tinta fresca. Israel Pinheiro entrega ao presidente as chaves de Brasília, diante de centenas de candangos boquiabertos e de convidados oficiais.
Às 19h, chega o Cardeal Manuel Gonçalves Cerejeira, Legado Pontifício. É recebido no aeroporto por JK e todos os ministros de Estado, além de outras altas autoridades. Em 21 de abril, operários concluem a armação do altar na Praça dos Três Poderes para a missa solene que marcará os primeiros minutos de Brasília como capital do País.
Às 23h45, inicia a missa. A emoção é intensa. Faltam poucos minutos para Brasília se transformar em realidade. Meia-noite. Os olhos cheios de lágrimas. Elevação do Santíssimo. A banda de Fuzileiros Navais executa o Hino Nacional. Acendem-se as luzes de Brasília na Praça, Esplanada dos Ministérios e Estação Rodoviária.
O presidente chora. Choram os candangos. Brasília é a capital! Aos 45 minutos, os alto-falantes transmitem diretamente da Rádio Vaticano, de Roma, a saudação do Papa João XXIII. A solenidade termina e os candangos ficam ali, andando devagar.
Às 8h, a banda do Batalhão da Guarda dava o Toque de Alvorada. O presidente hasteia a Bandeira Nacional, no Palácio do Planalto, ao som do Hino Nacional. Às 9h30, dá-se a instalação simultânea dos Três Poderes da República. Tudo recomeça às 16h30 de uma tarde belíssima. O povo se concentra agora no Eixo Rodoviário Sul, na altura do Cine Brasília, para o primeiro desfile militar da cidade. E, seguida ocorre a mais emocionante parada já vista: o desfile de operários, puxado por Israel Pinheiro e outros diretores da Novacap.
Às 19h30 tem inicio o espetáculo da queima de fogos de artifício, quase trinta toneladas, na plataforma Rodoviária. De qualquer ponto da cidade podia-se acompanhar o espetáculo maravilhoso. À noite, a recepção oficial no Palácio do Planalto. Juscelino e dona Sarah Kubitschek chegaram às 23h45. As palmas com que foram recebidos logo se transformaram em grande ovação.
Brasília – constatava JK – já não era mais um imenso canteiro de obras, era uma metrópole. “O sonho, agora realidade”.