25 de abril de 2017

Vila Amaury

Uma das vilas dos construtores da cidade de Brasília, os Candangos, vindos de todas as partes do país, a Vila Amaury encontrava-se as margens do Rio Paranoá e ficou submersa quando o lago encheu. Ali viviam os operários responsáveis pela construção do Palácio do Congresso Nacional. A vila era uma cidade dormitório que alojava em torno de 16 mil pessoas.

Havia uma rua comprida onde os trabalhadores se encontravam nas horas de folga, aos domingos, para descansar das largas jornadas de trabalho que ia noite adentro. Ao longo da rua havia um comércio, com seus bares sempre frequentados pelos candangos em busca de tira gostos e de cerveja, embalados pela música “a pedido”.

Todos foram avisados pelos engenheiros de que o vilarejo era provisório. Que a vila seria inundada quando fosse formado o Lago Paranoá. A represa, ficando pronta, a água chegaria. Quando o lago atingiu a sua cota 1000, as águas estenderam seus braços abertos para a cidade, marcando assim o fim da Vila Amaury, que levara esse nome por causa do seu líder comunitário, Amaury Almeida. Em 12 de setembro, dia do seu aniversario o presidente JK aciona a engrenagem que abria a comporta de ferro da barragem e assim o lago começa a se formar. As águas foram subindo e as casas ficando submersas. Os candangos resistiam em sair, não acreditavam que o lago acabaria com a vila.